Secretaria Municipal de Educação
DRE – Tremembé/Jaçanã - Ano Letivo – 2021/1°
Semestre
Escola EMEFM Professor Derville Allegretti
Professora Adriana S Nogueira - Disciplina:
Geografia
PEI – PROGRAMA DE ENSINO INTEGRAL - História e as Transformações do Trabalho
Capítulo
Primeiro
Introdução
O
tempo social, o homem e sua relação com a construção do espaço geográfico, por
meio do trabalho.
O
trabalho passou por diferentes transformações ao longo da história da
humanidade. Seja pelas possibilidades e formas que ele pode se manifestar, seja
pela dedicação de quem pesquisa, e a ciência aplica na construção de objetos
que posteriormente seriam utilizados para facilitar o dia a dia do homem, da mulher
e seus descentes. O trabalho em suas diversas representações, em algum momento
da história foi interpretado como modo de expiação dos pecados. Ou como forma
de castigo, quando atribuído aos escravos, ou quando expressão de força física
aplicada a alguma ação, na construção de algum objeto. Depois de anos,
valorizado como vocação dada a missão humana. Fonte de salvação ou de alienação
aos homens (a), que passa horas trabalhando. Datada, se inicia no período da
pedra lascada[1]passando
a ser o principal modo de geração de renda para sobrevivência e reprodução da
vida. Avançando com a robótica e a nanotecnologia. O trabalho passa por
diversos momentos, que vai do material, físico, quando então, se produzia tudo
com as mãos, expressão do objeto, que se torna fruto do concreto que se materializou
pelo trabalho das mãos, até quando se passou a produzir robôs, que produzem
outros produtos e mercadorias, como os bens de produção, a exemplo, máquinas
que produzem bens duráveis como carros e caminhões. No decorrer da história da humanidade, as relações de
trabalho entre o ser humano e a natureza, entre também os próprios seres
humanos, já sofreram várias mudanças. Por meio do trabalho o homem pode
transformar o mundo, no entanto é sempre válido levar em consideração que as
próprias noções de trabalho, assim como o mundo, também passam por
transformações ao longo do tempo.
O trabalho para a ser representado com formas
diversas para os povos que habitaram a terra. Seja na antiguidade como
expressão de dor, tortura e sofrimento. A palavra trabalho tem em seu
significado, tripalium, que vem do latim, a expressão de um instrumento composto, como o nome indica, de três paus,
mais precisamente três estacas que, fincadas no chão para desenhar os vértices
de um triângulo, se encontravam no alto. A essa estrutura se prendiam pessoas
para serem martirizadas. Já para os Gregos o trabalho podia ser divido
em dois. O manual, físico e o intelectual. Aos escravos era determinado o
esforço físico e ao intelectual, segundo o filósofo Platão, era dadiva dos que
pertenciam as classes privilegiadas da sociedade a contemplação das ideias. Os
que eram detentores do dinheiro e do poder A nobreza ficava com a melhor parte.
Pensar parecia mais nobre do que trabalhar.
Os Romanos utilizavam o termo negotium,
demonstrando oposição entre o trabalho e o ócio. Negando o lazer aos que
esforçavam fisicamente. Os Judaico-Cristãos, tratavam trabalho como uma tarefa
penosa, com caráter de castigo.
Esse inclusive teria sido o castigo de Adão e
Eva, por terem desobedecido a Deus. Muito esforço e trabalho, daquele fato em
diante. Comerás o pão, por meio do suor derramado do seu rosto, e a mulher o
trabalho do parto. O castigo e a expiação estavam juntos neste momento.
No cristianismo, era uma forma de afastar os
maus pensamentos gerados pela preguiça e ociosidade. O trabalho devia
alternar-se com a oração. O trabalho só era visto em segundo plano, quando se
comparado aos que tinham tempo para viverem contemplando e meditando acerca das
coisas da natureza. As relações do trabalho vão se modificando, sobretudo após
o inicio das relações capitalistas do trabalho. O renascimento traça um novo
rumo a história social do trabalho. O Homem passa a ser visto como um animal
teórico e passa a ser visto como um sujeito ativo e não mais como mero
contemplador. O trabalho passa a ser a extensão e o prolongamento do homem,
fazendo dele criador das coisas postas no mundo. Com a reforma protestante o
conceito de trabalho passa por uma profunda mudança. Marinho Lutero conceitua o
trabalho como dádiva divina. Um modo de
servir a deus. Mesmo sendo a consequência do pecado, como dito por São Paulo,
aquele que pode, deve trabalhar. Ele nos livra do ócio e dos maus pensamentos.
A profissão é uma vocação e o trabalho o caminho para a salvação, para o
cumprimento da vontade de Deus.
Calvino associa o trabalho a ideia de
predestinação. Para ele o homem nasce salvo ou condenado. Alguns estão
predestinados a terem êxito e outros a viverem na miséria. Seria o trabalho a
forma e o meio de se chegar ao sucesso. Para ele a vida é breve e por isso o
seu tempo deve ser aplicado no trabalho, e não em devaneios, gastos, e
brincadeiras desnecessárias. O trabalho afugenta a dúvida religiosa e assegura
a graça de Deus.
No século XVIII Adam Smith e Ricardo, falam de
homu oeconomicus, o homem que produz. Para eles o trabalho possibilita a
transformação da realidade, exaltando a atividade produtiva. Fonte de riqueza e
valor. O homem que economiza ao transformar o espaço. Karl Marx apresenta a
totalidade do homem, da natureza e da sociedade. Para ele a essência do homem
esta no trabalho, porque ele é um ser que produz. Ele é o que produz. A
natureza do homem depende de suas condições materiais que determinam sua
atividade de produção. Agindo sobre o mundo exterior e modificando-o, o homem
modifica a si mesmo.
Vamos
pensar um pouco? |
Atividades para compreensão do texto
Exercícios
1). Considere o texto a seguir:
“Se pudéssemos nos despir de todo orgulho, se, para definir
nossa espécie, nos ativéssemos estritamente ao que a história e a pré-história
nos apresentam como a característica constante do homem e da inteligência,
talvez não disséssemos Homo sapiens,
mas Homo faber. Em conclusão, a inteligência, encarada no
que parece ser o seu empenho original, é a faculdade de fabricar objetos
artificiais, sobretudo ferramentas para fazer ferramentas e de diversificar ao
infinito a fabricação delas.”
BERGSON, Henri. A evolução criadora. In: Cartas,
conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 178-9.
Com base no excerto acima, é possível concluir que a
inteligência é retratada como
a) atividade evolutiva que supera estágios anteriores
progressivamente.
b) atividade utilitária voltada para a produção de
mercadorias.
c) atividade de todos os animais, sendo racionais ou não.
d) atividade que contribui para a formação da natureza
racional humana.
e) atividade restrita à atividade manual do trabalho.
2).Considere o texto a seguir:
“Podem-se distinguir os homens dos animais pela
consciência, pela religião e por tudo o que se queira. Mas eles próprios
começam a se distinguir dos animais logo que começam a produzir seus meios de
existência, e esse passo à frente é a própria consequência de sua organização
corporal. Ao produzirem seus meios de existência, os homens produzem
indiretamente sua própria vida material.”
MARX, K., ENGELS, F. A ideologia alemã. In: CASTRO,
C. Textos básicos de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
p.12-3
Podemos inferir que para, Marx e Engels, o trabalho é
a) produção ontológica que humaniza o homem ao modificar a
natureza e a si próprio.
b) produção física voltada à reprodução de suas
necessidades individuais.
c) condição alienada nas sociedades antes e depois do
capitalismo.
d) ação humana voltada para fins econômicos,
independentemente do modo de produção.
e) fundamento que igualiza homens e animais como atividade
racional.
3) Explique com suas palavras o processo exemplificado
acima por meio das setas e palavras descritas.
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4) Considere o texto a seguir:
“Educar em uma sociedade da informação significa muito mais
que treinar pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação:
trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes
permitam ter uma atuação afetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões
fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas
em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos
simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de
formar os indivíduos para ‘aprender a aprender’, de modo a serem capazes de
lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base
tecnológica.”
BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Sociedade da
informação no Brasil: Livro Verde. Brasília: Ministério da Ciência e
Tecnologia, 2000. p. 45.
No texto, há uma forte valorização
a) do uso da tecnologia no processo de formação educacional
do indivíduo.
b) da utilização da informação que se equivale a
conhecimento.
c) da prática do uso irrestrito dos meios tecnológicos na
educação formal.
d) da ciência e do conhecimento tradicional como prática de
formação docente.
e) dos exercícios de atividades repetitivas na formação do
saber individual.
Fonte:
ALBORNOZ, Suzana. O
que é trabalho. 9ª edição. São Paulo: Brasilense, 2012.
https://www.resumoescolar.com.br/historia/transformacoes-no-mundo-do-trabalho/
https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/VIDYA/article/view/491/481
Very, Very god!
[1] O Paleolítico corresponde
ao período da pré-história que
se iniciou há 2,5 milhões de anos atrás até 10.000 a.C., sendo a época onde os
antepassados do atual homem moderno passaram a produzir objetos de pedra com
pontas no seu cotidiano. Popularmente conhecido como Idade da Pedra Lascada, os
seres humanos desta época são conhecidos por serem nômades e por ter uma alimentação
baseada em animais selvagens e plantas silvestres, caracterizando-os como
caçadores-coletores.
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