terça-feira, 1 de março de 2022

PROGRAMA DE ENSINO INTEGRAL - PEI

 

 

Secretaria Municipal de Educação

DRE – Tremembé/Jaçanã - Ano Letivo – 2021/1° Semestre

Escola EMEFM Professor Derville Allegretti

Professora Adriana S Nogueira - Disciplina: Geografia

 

 

PEI – PROGRAMA DE ENSINO INTEGRAL - História e as Transformações do Trabalho

Capítulo Primeiro

Introdução

 

O tempo social, o homem e sua relação com a construção do espaço geográfico, por meio do trabalho.

 

O trabalho passou por diferentes transformações ao longo da história da humanidade. Seja pelas possibilidades e formas que ele pode se manifestar, seja pela dedicação de quem pesquisa, e a ciência aplica na construção de objetos que posteriormente seriam utilizados para facilitar o dia a dia do homem, da mulher e seus descentes. O trabalho em suas diversas representações, em algum momento da história foi interpretado como modo de expiação dos pecados. Ou como forma de castigo, quando atribuído aos escravos, ou quando expressão de força física aplicada a alguma ação, na construção de algum objeto. Depois de anos, valorizado como vocação dada a missão humana. Fonte de salvação ou de alienação aos homens (a), que passa horas trabalhando. Datada, se inicia no período da pedra lascada[1]passando a ser o principal modo de geração de renda para sobrevivência e reprodução da vida. Avançando com a robótica e a nanotecnologia. O trabalho passa por diversos momentos, que vai do material, físico, quando então, se produzia tudo com as mãos, expressão do objeto, que se torna fruto do concreto que se materializou pelo trabalho das mãos, até quando se passou a produzir robôs, que produzem outros produtos e mercadorias, como os bens de produção, a exemplo, máquinas que produzem bens duráveis como carros e caminhões. No decorrer da história da humanidade, as relações de trabalho entre o ser humano e a natureza, entre também os próprios seres humanos, já sofreram várias mudanças. Por meio do trabalho o homem pode transformar o mundo, no entanto é sempre válido levar em consideração que as próprias noções de trabalho, assim como o mundo, também passam por transformações ao longo do tempo.

O trabalho para a ser representado com formas diversas para os povos que habitaram a terra. Seja na antiguidade como expressão de dor, tortura e sofrimento. A palavra trabalho tem em seu significado, tripalium, que vem do latim, a expressão de um instrumento composto, como o nome indica, de três paus, mais precisamente três estacas que, fincadas no chão para desenhar os vértices de um triângulo, se encontravam no alto. A essa estrutura se prendiam pessoas para serem martirizadas. Já para os Gregos o trabalho podia ser divido em dois. O manual, físico e o intelectual. Aos escravos era determinado o esforço físico e ao intelectual, segundo o filósofo Platão, era dadiva dos que pertenciam as classes privilegiadas da sociedade a contemplação das ideias. Os que eram detentores do dinheiro e do poder A nobreza ficava com a melhor parte. Pensar parecia mais nobre do que trabalhar.

Os Romanos utilizavam o termo negotium, demonstrando oposição entre o trabalho e o ócio. Negando o lazer aos que esforçavam fisicamente. Os Judaico-Cristãos, tratavam trabalho como uma tarefa penosa, com caráter de castigo.

Esse inclusive teria sido o castigo de Adão e Eva, por terem desobedecido a Deus. Muito esforço e trabalho, daquele fato em diante. Comerás o pão, por meio do suor derramado do seu rosto, e a mulher o trabalho do parto. O castigo e a expiação estavam juntos neste momento.

No cristianismo, era uma forma de afastar os maus pensamentos gerados pela preguiça e ociosidade. O trabalho devia alternar-se com a oração. O trabalho só era visto em segundo plano, quando se comparado aos que tinham tempo para viverem contemplando e meditando acerca das coisas da natureza. As relações do trabalho vão se modificando, sobretudo após o inicio das relações capitalistas do trabalho. O renascimento traça um novo rumo a história social do trabalho. O Homem passa a ser visto como um animal teórico e passa a ser visto como um sujeito ativo e não mais como mero contemplador. O trabalho passa a ser a extensão e o prolongamento do homem, fazendo dele criador das coisas postas no mundo. Com a reforma protestante o conceito de trabalho passa por uma profunda mudança. Marinho Lutero conceitua o trabalho como dádiva divina. Um  modo de servir a deus. Mesmo sendo a consequência do pecado, como dito por São Paulo, aquele que pode, deve trabalhar. Ele nos livra do ócio e dos maus pensamentos. A profissão é uma vocação e o trabalho o caminho para a salvação, para o cumprimento da vontade de Deus.

Calvino associa o trabalho a ideia de predestinação. Para ele o homem nasce salvo ou condenado. Alguns estão predestinados a terem êxito e outros a viverem na miséria. Seria o trabalho a forma e o meio de se chegar ao sucesso. Para ele a vida é breve e por isso o seu tempo deve ser aplicado no trabalho, e não em devaneios, gastos, e brincadeiras desnecessárias. O trabalho afugenta a dúvida religiosa e assegura a graça de Deus.

No século XVIII Adam Smith e Ricardo, falam de homu oeconomicus, o homem que produz. Para eles o trabalho possibilita a transformação da realidade, exaltando a atividade produtiva. Fonte de riqueza e valor. O homem que economiza ao transformar o espaço. Karl Marx apresenta a totalidade do homem, da natureza e da sociedade. Para ele a essência do homem esta no trabalho, porque ele é um ser que produz. Ele é o que produz. A natureza do homem depende de suas condições materiais que determinam sua atividade de produção. Agindo sobre o mundo exterior e modificando-o, o homem modifica a si mesmo.

 

 

Vamos pensar um pouco?

 

No texto acima podemos observar em uma perspectiva histórica as diversas concepções sobre o trabalho. A atividade a seguir será pensar a ação humana. A sua importância e relevância nas transformações do espaço geográfico.

 

 

 

 

 

Atividades para compreensão do texto

 

 

Exercícios

1). Considere o texto a seguir:

“Se pudéssemos nos despir de todo orgulho, se, para definir nossa espécie, nos ativéssemos estritamente ao que a história e a pré-história nos apresentam como a característica constante do homem e da inteligência, talvez não disséssemos Homo sapiens, mas Homo faber. Em conclusão, a inteligência, encarada no que parece ser o seu empenho original, é a faculdade de fabricar objetos artificiais, sobretudo ferramentas para fazer ferramentas e de diversificar ao infinito a fabricação delas.”

BERGSON, Henri. A evolução criadora. In: Cartas, conferências e outros escritos. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 178-9.

Com base no excerto acima, é possível concluir que a inteligência é retratada como

a) atividade evolutiva que supera estágios anteriores progressivamente.

b) atividade utilitária voltada para a produção de mercadorias.

c) atividade de todos os animais, sendo racionais ou não.

d) atividade que contribui para a formação da natureza racional humana.

e) atividade restrita à atividade manual do trabalho.

 

 

 

 

2).Considere o texto a seguir:

“Podem-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião e por tudo o que se queira. Mas eles próprios começam a se distinguir dos animais logo que começam a produzir seus meios de existência, e esse passo à frente é a própria consequência de sua organização corporal. Ao produzirem seus meios de existência, os homens produzem indiretamente sua própria vida material.”

 

MARX, K., ENGELS, F. A ideologia alemã. In: CASTRO, C. Textos básicos de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p.12-3

 

Podemos inferir que para, Marx e Engels, o trabalho é

 

a) produção ontológica que humaniza o homem ao modificar a natureza e a si próprio.

b) produção física voltada à reprodução de suas necessidades individuais.

c) condição alienada nas sociedades antes e depois do capitalismo.

d) ação humana voltada para fins econômicos, independentemente do modo de produção.

e) fundamento que igualiza homens e animais como atividade racional.

 

 

 

3) Explique com suas palavras o processo exemplificado acima por meio das setas e palavras descritas.

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4) Considere o texto a seguir:

 

 

“Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação afetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se também de formar os indivíduos para ‘aprender a aprender’, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica.”

BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Sociedade da informação no Brasil: Livro Verde. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. p. 45.

No texto, há uma forte valorização

a) do uso da tecnologia no processo de formação educacional do indivíduo.

b) da utilização da informação que se equivale a conhecimento.

c) da prática do uso irrestrito dos meios tecnológicos na educação formal.

d) da ciência e do conhecimento tradicional como prática de formação docente.

e) dos exercícios de atividades repetitivas na formação do saber individual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:

 

ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. 9ª edição. São Paulo: Brasilense, 2012.

https://www.resumoescolar.com.br/historia/transformacoes-no-mundo-do-trabalho/

https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/VIDYA/article/view/491/481

https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-sociologia/enem-lista-de-exercicios-sobre-trabalho-sociedade-e-tecnologia.htm#resp-19

 

 

 

 

 

Very, Very god!



[1]  Paleolítico corresponde ao período da pré-história que se iniciou há 2,5 milhões de anos atrás até 10.000 a.C., sendo a época onde os antepassados do atual homem moderno passaram a produzir objetos de pedra com pontas no seu cotidiano. Popularmente conhecido como Idade da Pedra Lascada, os seres humanos desta época são conhecidos por serem nômades e por ter uma alimentação baseada em animais selvagens e plantas silvestres, caracterizando-os como caçadores-coletores.

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